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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

VIVER ACORDADO E CONSCIENTE






Somos filhos deste mundo, mas não devemos ser seus escravos, vivendo apenas com os olhos postos no chão, esquecidos do transcendente, do divino.
Vivemos num mundo de contínua mudança, mas nem tudo é transitório. Existe o necessário, o definitivo e último.
Sofremos a tentação de nos apegarmos aos falsos absolutos, e adorá-los. Só Deus é o Absoluto que liberta. Aquilo e aqueles que pretendem ser absolutos neste mundo tiram-nos a liberdade com fanatismos.
Deus é esse Outro libertador, com quem nos podemos encontrar, amigo com amigo, Alguém que nos sorri dos céus.
Não devemos viver a vida a dormir, desinteressados das coisas espirituais, viver apenas voltados para o visível, o sensível, as horas vulgares, o cinzento do nosso dia-a-dia.
Toda a gente, mais dia, menos dia, põe a si mesma a questão do sentido ou do fracasso da sua existência.
É preciso ter tempo para fazer silêncio, fugir das horas vulgares da existência, escutar uma voz no íntimo de nós mesmos que nos convida a "ser o que devemos ser". Perguntemos a nós mesmos: será que eu sou quem devo ser?
É preciso estar acordado, atento, vigilante em relação à totalidade da nossa vida, ao sentido ou ao fracasso da nossa existência.
Uma voz diz-nos cá dentro da alma: "Sê quem és", quer dizer: sê verdadeiro, sê honesto, sê sério, sê um filho de Deus, um católico. Só tens uma vida, não brinques com ela...
Pergunta a ti mesmo: quem sou eu? O que faço aqui na terra? Para que é que eu vivo? Qual o valor do que faço e do que sou?
Com o passar dos anos as dimensões mais profundas da nossa vida ficam distorcidas, desfocadas, adulteradas pelo verdete da rotina. Muita gente não vive a vida, arrasta-a pela rotina.
Para que a vida seja bem vivida é preciso criar algo de novo no pensar e no ser, no ser para Deus. O silêncio, a meditação é uma oportunidade para ouvirmos Deus a dizer-nos: "Sê quem és"; "sê quem deves ser".
As mesmas coisas que vemos todos os dias se as olharmos com atenção, com um olhar fixo, elas parecem diferentes e ganham um novo interesse, uma nova importância. Isto vale para coisas, acontecimentos, pessoas, estados de vida.
Este olhar atento leva-nos a perceber o desgaste da monotonia rotineira.
O hábito, a rotina, a preguiça, o comodismo, a resignação são outros amores que estragam o primeiro amor puro e original.
A vida não é uma peça de teatro, não pode ser ensaiada. Só temos uma oportunidade e não podemos "falhar". Não podemos brincar com a vida.
Cada vida humana é única, irrepetível, como a pessoa que a vive. Cada um vai fazendo o seu caminho ao caminhar. Não há caminho feito, não há destino traçado para nós. Somos nós que traçamos o nosso destino.

José Rogério Almeida

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

ORAÇÃO


albanosousanogueira@sapo.pt
http://deixadeusentrar.blogspot.com

Não Recebi nada do que pedi
Pedi a Deus para ser forte
a fim de executar projectos grandiosos,
E Ele me fez fraco
para conservar-me humilde.


Pedi a Deus que me desse saúde
para realizar grandes
empreendimentos,
E Ele deu-me a doença,
para compreendê-Lo melhor.


Pedi a Deus a riqueza, para tudo possuir,
E Ele deixou-me pobre para não ser egoísta.
Pedi a Deus poder,
para que os homens precisassem de mim,
E Ele deu-me humildade
para que d’Ele precisasse.


Pedi a Deus tudo, para gozar a vida,
E Ele me deu a vida, para gozar de tudo.

Senhor, não recebi nada do que pedi,
Mas deste-me tudo o de que eu precisava.


E, quase contra a minha vontade,
As preces que não fiz foram ouvidas.
Louvado sejas ó meu Deus!
Entre todos os homens
ninguém tem mais do que eu!


(Oração de um atleta americano que, aos 24 anos se tornou paralítico e nessa situação achou Deus.)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

MENSAGEM DA CRIANÇA



albanosousanogueira@sapo.pt
http://deixadeusentrar.blogspot.com


Dizes que sou o futuro,
Não me desampares o presente.

Dizes que sou a esperança da paz,
Não me induzas à guerra.

Dizes que sou a promessa do bem,
Não me confies ao mal.

Dizes que sou a luz dos teus olhos,
Não me abandones às trevas.

Não espero somente o teu pão,
Dá-me luz e entendimento.

Não desejo tão só a festa de teu carinho,
Suplico-te amor com que me eduques.

Não te rogo apenas brinquedos,
Peço-te bons exemplos e boas palavras.

Não sou simples ornamento de teu caminho,
Sou alguém que te bate à porta em nome de Deus.

Ensina-me o trabalho e a humildade,
o devotamento e o perdão.

Compadece-te de mim e orienta-me
para o Que seja bom e justo...

Corrige-me enquanto é tempo, ainda que eu sofra...
Ajuda-me hoje,
para que amanhã eu não te Faça chorar.


Autor: Meimei.

sábado, 1 de agosto de 2009

SENHORA DO SILÊNCIO







Mãe do Silêncio e da Humildade, tu vives perdida e encontrando mar sem fundo do Mistério do Senhor.

Tu és disponibilidade e receptividade.

Tu és fecundidade e plenitude.

Tu és atenção e solicitude pelos irmãos.

Estás revestidas de fortaleza.

Resplandecem em ti a maturidade humana e a elegância espiritual.

És senhora de ti mesma antes de ser nossa Senhora.

Em ti não existe dispersão.

Em um acto de simples e total, tua alma, toda imóvel, está paralisada e identificada com o Senhor.

Estás em Deus, e Deus em ti.

O Mistério total te envolve e te penetra e te possui, ocupa e entrega todo o teu ser.

Parece que em ti tudo ficou parado, tudo se identificou contigo: o tempo, o espaço, a palavra, a música, o silêncio, a mulher, Deus.

Tudo ficou assumido em ti, e divinizado.

Jamais se viu figura humana de tamanha doçura,nem se voltará a ver nesta terra uma mulher tão inefavelmente evocadora.

Entretanto, teu silêncio não é a ausência mas presença.

Estás abismada no Senhor e, ao mesmo tempo, atenta aos irmãos, como em Caná.

A comunicação nunca é tão profunda como quando não se diz nada, e o silêncio nunca é tão eloquente como quando nada se comunica.

Faz-nos compreender que o silêncio não é desinteresse pelos irmãos, mas fonte de energia e de irradiação, não é encolhimento mas projecção.

Faz-nos compreender que, para derramar, é preciso preencher-se.

Afoga-se o mundo no mar da dispersão, e não é possível amar os irmãos com um coração disperso.Faz-nos compreender que o apostolado, sem silêncio, é alienação, e que o silêncio, sem apostolado, é comodidade.

Envolve-nos em teu manto de silêncio e comunica-nos a fortaleza de tua FÉ, a altura de tua Esperança e a profundidade de teu Amor.

Fica com os que ficam e vem com os que partem.


Ó Mãe Admirável do Silêncio!


Autor: Frei Inácio Larrañaga.