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quinta-feira, 9 de julho de 2009

DA REGRA DE S. BENTO DE NÚRSIA


Ensinamentos de S. Bento para todos

CAPÍTULO 4 - Quais são os instrumentos das boas obras?
[1] Primeiramente, amar ao Senhor Deus de todo o coração, com toda a alma, com todas as forças.
[2] Depois, amar ao próximo como a si mesmo.
[3] Em seguida, não matar.
[4] Não cometer adultério.
[5] Não furtar.
[6] Não cobiçar.
[7] Não levantar falso testemunho.
[8] Honrar todos os homens.
[9] E não fazer a outrem o que não quer que lhe seja feito.
[10] Abnegar-se (esquecer-se) a si mesmo para seguir o Cristo.
[11] Castigar o corpo.
[12] Não abraçar as delícias.
[13] Amar o jejum (e a abstinência).
[14] Reconfortar os pobres.
[15] Vestir os nus.
[16] Visitar os enfermos.
[17] Sepultar os mortos.
[18] Socorrer na tribulação.
[19] Consolar o que sofre.
[20] Fazer-se alheio às coisas do mundo.
[21] Nada antepor ao amor de Cristo.
[22] Não satisfazer a ira.
[23] Não reservar tempo para a cólera.
[24] Não conservar a falsidade no coração.
[25] Não conceder paz simulada.
[26] Não se afastar da caridade.
[27] Não jurar para não vir a perjurar (negar o que se jurou).
[28] Proferir a verdade de coração e de boca.
[29] Não retribuir o mal com o mal. (Retribuir o mal com o bem.)
[30] Não fazer injustiça, mas suportar pacientemente as que lhe são feitas.

[31] Amar os inimigos.
[32] Não retribuir com maldição aos que o amaldiçoam, mas antes abençoá-los.

[33] Suportar perseguição pela justiça.
[34] Não ser soberbo.
[35] Não ser dado ao vinho.
[36] Não ser guloso.
[37] Não ser apegado ao sono.
[38] Não ser preguiçoso.
[39] Não ser murmurador.
[40] Não ser detractor (maldizente).
[41] Colocar toda a esperança em Deus.
[42] O que achar de bem em si, atribuí-lo a Deus e não a si mesmo.
[43] Mas, quanto ao mal, saber que é sempre obra sua e a si mesmo atribuí-lo.

[44] Temer o dia do juízo (quando vier a morte).
[45] Ter pavor do inferno.
[46] Desejar a vida eterna com toda a cobiça espiritual.

[47] Ter diariamente diante dos olhos a morte a surpreendê-lo.

[48] Vigiar a toda hora os actos de sua vida.
[49] Saber como certo que Deus o vê em todo lugar.

[50] Quebrar imediatamente de encontro ao Cristo os maus pensamentos que lhe advêm ao coração e revelá-los a um conselheiro espiritual.
[51] Guardar sua boca da palavra má ou perversa.

[52] Não gostar de falar muito.
[53] Não falar palavras vãs ou que só sirvam para provocar riso.

[54] Não gostar do riso excessivo ou ruidoso.
[55] Ouvir de boa vontade as santas leituras.
[56] Dar-se frequentemente à oração.
[57] Confessar todos os dias a Deus na oração, com lágrimas e gemidos, as faltas passadas e

[58] daí por diante emendar-se delas.
[59] Não satisfazer os desejos da carne.
[60] Odiar a própria vontade.
[61] Obedecer em tudo às ordens do Abade, mesmo que este, o que não aconteça, proceda de outra forma, lembrando-se do preceito do Senhor: "Fazei o que dizem, mas não o que fazem".
[62] Não querer ser tido como santo antes que o seja, mas primeiramente sê-lo para que como tal o tenham com mais fundamento.

[63] Pôr em prática diariamente os preceitos de Deus.

[64] Amar a castidade, a pureza contra a luxúria, abuso da sexualidade.
[65] Não odiar a ninguém.
[66] Não ter ciúmes.
[67] Não exercer a inveja.
[68] Não amar a rixa.
[69] Fugir da vanglória (vaidade).
[70] Venerar os mais velhos.
[71] Amar os mais moços.
[72] Orar, no amor de Cristo, pelos inimigos.
[73] Voltar à paz, antes do pôr-do-sol, com aqueles com quem teve desavença.

[74] E nunca desesperar da misericórdia de Deus.
[75] Eis aí os instrumentos da arte espiritual:

[76] se forem postos em acção por nós, dia e noite, sem cessar, e devolvidos no dia do juízo, seremos recompensados pelo Senhor com aquele prémio que Ele mesmo prometeu:

[77] "O que olhos não viram nem ouvidos ouviram preparou Deus para aqueles que o amam".

[78] São, porém, os claustros do mosteiro e a estabilidade na comunidade a oficina onde executaremos diligentemente tudo isso.


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