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O sofrimento põe a pessoa em
agonia.
Eliminando o sofrimento, a pessoa recomeça a viver, a gozar da vida.
O homem novo anunciado pelo
evangelho de Jesus Cristo, traz consigo uma reconciliação com o sofrimento,
irmanado com a dor, peregrino do amor e da liberdade.
O homem é um ser sofredor,
ao contrário dos animais que seguem os seus instintos e têm os problemas
resolvidos.
Os animais não sofrem
preocupações nem vivem ansiedades. Não têm aborrecimentos ou insatisfação. Não
têm problemas. Sentem-se realizados seguindo os seus instintos.
Não podem ser
mais felizes do que já são.
São felizes de forma inconsciente, sensorialmente.
O homem tem consciência de
si mesmo, sabe que sabe, sabe que não sabe e sabe quem é e quem não é.
Este emergir da consciência
do homem deu-lhe possibilidades enormes positivas, mas também negativas.
Pela evolução, o Homem
rebentou com os laços do instinto e perdeu o “paraíso” de felicidade própria do
animal.
O ser humano começou a
sentir-se um estranho, longe da sua “pátria”, solitário. Sendo o mesmo, é
diferente.
É um ser à parte. Por isso,
sentiu-se triste e sentiu que estava só.
O Homem “evoluído” dos primatas, tem
de aprender a “arte” de viver. A evolução é como que um novo nascimento.
Ao tomar consciência de si,
o Homem conhece as suas possibilidades, mas também as suas impossibilidades.
Não sabe o que é. Não sabe
quem é.
O homem olhou para si mesmo
e achou-se um estranho: duas personalidades contraditórias. Era um ser incompreendido
e incompreensível para si mesmo.
Começou a perguntar: quem
sou eu? De onde venho? Para onde vou? Que fazer comigo mesmo?
Olhando para si mesmo, tomou
consciência da morte e chegou à conclusão que tinha nascido para morrer.
Não podia regressar ao
paraíso pré-humano.
Tinha de aceitar a sua nova
vida, humana, orientada pela razão, pelo pensamento. Tem de trilhar um caminho
sem fim em que as novas metas nunca mais acabam.
(Texto de Frei Inácio Larranhaga)
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