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37. Porque é que mataram Jesus?
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Porque Ele incomodava.
Jesus não usava meias palavras e, além disso, era difícil apanhá-l’O em falso, porque fazia o bem por onde quer que passasse.
O seu único ponto delicado tinha a ver com o respeito pela lei de Moisés, porque parecia que, para Ele, o amor ao próximo era mais importante.
Por vezes, atrevia-Se a infringir a lei do descanso ao sábado.
E os sumos-sacerdotes também receavam que Jesus levasse o povo atrás de Si e que isso desagradasse aos Romanos, que tinham ocupado o país.
Pelo menos, era o que eles diziam.
Na verdade, o que tinham sobretudo era medo de que Jesus tivesse mais influência do que eles e que o povo se afastasse deles, porque estavam muito agarrados à sua autoridade e ao seu poder religioso.
No processo de julgamento de Jesus, que parece um pouco falsificado, os sumo-sacerdotes jogaram duas cartadas diferentes.
Perante Caifás, jogaram a cartada religiosa, tendo alegado que Jesus Se apresentava como sendo igual a Deus.
O efeito foi imediato: o sumo-sacerdote bradou que se tratava de uma blasfémia, ou seja, um insulto a Deus.
Perante os Romanos, jogaram a cartada política: Jesus era um agitador que poderia chefiar uma revolução contra o ocupante.
Mas Jesus não tinha quaisquer pretensões políticas ou revolucionárias.
É contudo verdade que, pela sua maneira de agir e de falar, Se apresentava como sendo igual a Deus.
À luz da ressurreição, aliás, os cristãos proclamariam a sua fé em que Jesus é o Filho de Deus, o enviado do Pai.
E lembrar-se-iam das palavras de Jesus: «Eu e o Pai somos um» (João 10, 30).
Logo no início do seu Evangelho, São João exclamaria que, em Jesus, Deus Se fez homem (João 1, 1-14).
Quanto a São Mateus, daria a Jesus o nome de Emanuel, que significa «Deus connosco» (Mateus 28, 20).
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