68. Porque é que um padre não pode ter uma mulher?
Durante os dez primeiros séculos da história da
Igreja, não foi assim. Eram ordenadas pessoas casadas e não casadas que, depois
disso, não podiam mudar de estado civil.
A pouco e pouco, no Ocidente, as
pessoas foram-se dando conta de que o povo cristão preferia os padres que não
eram casados e o celibato tornou-se uma regra.
Os padres celibatários têm, na
verdade, mais disponibilidade para a comunidade cristã de que foram
encarregues.
Hoje, há quem ponha em causa
este hábito.
As comunidades cristãs já são mais pequenas e os baptizados
assumem cada vez mais responsabilidades na vida paroquial.
Imagine-se que era
escolhido para presidir à Eucaristia um homem com experiência que já tivesse a
sua vida familiar e profissional orientada; assim, poderia dedicar mais tempo à
comunidade cristã.
O bispo impor-lhe-ia as mãos para que ele se tornasse padre,
sendo o padre, com efeito, o colaborador do bispo.
Mesmo que, um dia, se
adoptasse a solução que acabamos de descrever, o celibato continuaria a fazer
sentido para os cristãos.
Alguns dos homens e mulheres a quem chamamos
religiosos sentiram-se chamados a permanecer solteiros. São assim testemunhas
de que Deus pode preencher completamente o coração dum ser humano e manifestam
que o objectivo da vida é sermos irmãos ou irmã de todos.
Aqueles que
escolheram o celibato como caminho para o Reino de Deus consagraram, no fundo,
o seu coração a Deus e querem abrir os braços a todos, sem os utilizar para abraçar
alguém em particular.
O que constitui uma lembrança, para todos os cristãos, de
que Deus torna o homem feliz e que, quanto a isso, nunca pode haver excluídos.
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