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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A INSEGURANÇA INTERIOR

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O que faz a insegurança
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É doloroso e desconfortável ser vítima da irresolução e da insegurança. Estas pessoas acabam por se odiar a si mesmas e a auto-punir-se.
Se a insegurança é sintoma de neurose, reagir com irritação vem somente alimentar mais a neurose.
Adquire-se segurança à medida que se amadurece, que se distancia o adulto da criança.
Isto é tarefa de toda a vida.
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Pais que afirmam
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Toda a pessoa para se sentir segura necessita de ser afirmada desde os primórdios da sua existência.
Se o bebé for deixado por si só não poderá subsistir.
Precisa de alguém que tome conta dele e providencie às suas necessidades.
À medida que o bebé cresce, os seus meios de comunicar-se multiplicam-se: voz, gestos, balbucia, exprime prazer, caminha, procura outras pessoas.
Quando as suas necessidades não são satisfeitas "agora, já", as reacções são de raiva e de ansiedade.
O bebé tem necessidades físicas: de alimento, de calor e de conforto; mas o que mais necessita é de companhia e de sentir que não está sozinho para poder formar a experiência de que é aceite, que é um ser que existe. Dá-se conta disso pelo tacto; mais tarde pelo ouvido, com o qual escuta a voz amável e a vista para reconhecer o acariciante olhar de sua mãe, a cuja ternura ele reponde com uma tentativa de sorriso.
Os dois sentidos a desenvolver-se primeiro são o tacto e o ouvido e já na fase intra-uterina.
O feto já reage com calma e serenidade ou com excitação e nervosismo, conforme o som for sereno e calmo, ou agitado e estridente.
Esta sensação de que não está sozinho é muito importante para o bebé. Sente-se mais firme e mais forte pela satisfação das suas necessidades físicas e psíquicas.
No seu interior vibra a harmonia.
À medida que vai crescendo, vão surgindo novas necessidades e novas potencialidades, tal como a inteligência e a vontade.
Assim ele vai fazendo cada vez mais a consciência de que é amado, com um amor que lhe assegura uma duradoura solicitude e um cuidado efectivo pela sua pessoa.
A não satisfação equilibrada das necessidades do bebé e o não aparecimento da consequente afirmação, vai-o deixando num estado psíquico de insatisfação, de frustração, que envolve todo o seu ser e impregna toda a sua vida emocional com profundo sentimento de inquietação, de irresolução e insegurança.
Essas sensações gravam-se tão profundamente na vida psíquica que continuam a dar as cores a toda a vivência emocional, até na vida adulta, tornando-se aqui uma sensação de incompetência.
A pessoa vê-se crescida fisicamente e até pode ter atingido graus académicos na área intelectiva.
Tem nas suas mãos tarefas e cargos importantes.
São pessoas vistas como adultas e assim são tratadas.
Elas porém dão-se conta da dificuldade em responder aos desafios da realidade.
Vivem muitas vezes torturadas pela angústia da decisão e das responsabilidades.
Hesitação e indecisão são duas constantes nos neuróticos de frustração e de insegurança.
A descontrolada ira dos pais corrói a afirmação dos filhos
- Os pais, como toda e qualquer pessoa, são abalados por acessos de raiva.
Essa raiva descontrolada diante dos filhos tem consequências profundas e, infelizmente, nefastas.
Há casos em que essa raiva não é dirigida aos filhos, mas sim a alguém que lhes é muito querido: mãe, irmão, amigo e isso é suficiente para causar timidez e insegurança.
(continua)

1 comentário:

  1. Continue padre, pode ter a certesa de que o que este texto encontra ecos em muitos casos verídicos. Um dos quais me toca muito de perto
    Maria

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